WASHINGTON, 7 de outubro de 2025 — A América Latina e o Caribe podem romper o ciclo de baixo crescimento ao aproveitar o empreendedorismo para criar empregos, aumentar a produtividade e acelerar a inovação, afirma o novo Relatório Econômico da América Latina e Caribe do Grupo Banco Mundial, Empreendedorismo Transformador para Empregos e Crescimento.
Limitada pela inflação persistente, aumento da dívida, investimento fraco e incertezas globais contínuas, o relatório prevê que a região crescerá 2,3 por cento em 2025 e 2,5 por cento em 2026, o ritmo mais lento entre as regiões globais.
“Os governos da região conduziram suas economias por choques repetidos, preservando a estabilidade. Agora é hora de continuar construindo sobre essa base — acelerando reformas para melhorar o ambiente de negócios, investir em infraestrutura habilitadora e mobilizar capital privado”, disse Susana Cordeiro Guerra, Vice-Presidente para América Latina e Caribe do Banco Mundial.
Perspectiva regional
O ambiente externo continua desafiador, com a queda da demanda global e dos preços das commodities, projetados para cair cerca de 10 por cento em 2025 e mais 5 por cento em 2026, prejudicando setores-chave. A incerteza nas políticas comerciais também ameaça o acesso a mercados e estratégias de nearshoring.
No âmbito doméstico, a inflação persiste e a dívida pública permanece elevada, com a relação dívida/PIB subindo para 63,8 por cento em 2024, ante 59,9 por cento em 2019. O ritmo mais lento de flexibilização monetária nas economias avançadas mantém os custos de serviço da dívida altos e o crédito caro, o que reduz ainda mais o investimento, a geração de empregos e o crescimento da produtividade.
Empreendedorismo transformador
Diante desse cenário, o relatório pede reformas domésticas para atrair investimentos e promover o empreendedorismo “transformador”: empresas de alto crescimento que difundem tecnologia, criam empregos e aumentam a produtividade.
“O empreendedor é o ator crítico no desenvolvimento, identificando oportunidades, inovando e assumindo os riscos necessários para criar valor agregado e empregos”, disse William Maloney, Economista-Chefe para América Latina e Caribe do Banco Mundial. “Criar economias mais dinâmicas na América Latina e Caribe exigirá fortalecer nosso pipeline de talentos empreendedores, ao mesmo tempo em que realizamos as reformas sistêmicas necessárias para que prosperem.”
Embora o apoio ao empreendedorismo seja forte, a maioria das empresas na região são micro ou pequenas, com caminhos limitados para crescer — representando até 70 por cento das empresas em alguns países. Um grupo menor de empresas “transformadoras” poderia impulsionar a produtividade e a inovação, mas enfrenta obstáculos conhecidos: financiamento escasso, regulamentação pesada, lacunas de habilidades e infraestrutura fraca.
Para estimular o crescimento e os empregos liderados pelo setor privado, o relatório propõe uma agenda focada em três pilares:
- nvestir em capital humano, que é fundamental para a geração de empregos: Fortalecer a qualidade da educação em todos os níveis e ampliar o apoio gerencial para aumentar o número de empreendedores capacitados. Expandir treinamentos de curta duração, alinhar programas de qualificação profissional às necessidades do setor privado e atualizar a legislação trabalhista para proteger os trabalhadores e apoiar o crescimento dos negócios.
- Apoiar reformas políticas e regulatórias que estabeleçam um ambiente favorável aos negócios: Eliminar subsídios distorcivos, reformar a tributação para estimular investimentos e investir em logística, energia e infraestrutura digital para reduzir barreiras de entrada.
- Ampliar o acesso ao financiamento, incluindo investimento privado: Mais de um quarto das empresas enfrenta restrições de crédito, cerca do dobro da taxa observada na OCDE. Fortalecer mecanismos de compartilhamento de riscos, agilizar a resolução de disputas e modernizar as leis de falência para melhorar a alocação de capital e proteger credores e empreendedores.
Com as reformas certas, a América Latina e o Caribe podem promover o empreendedorismo para impulsionar a inovação, expandir oportunidades e construir economias mais dinâmicas e competitivas.
Acesse o relatório aqui.
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